Acabou, acabou. Pior pra quem ficou.
Quem foi, voltou de onde veio. Nada. Não lembra, não sente.
Uma pedra que areia vira não é mais uma pedra. Não espero isso da areia.
Sua memória já foi. Lembre-se da areia.
Os fantasmas se divertem. Os fantasmas nos divertem.
Aproveite essa comédia do medo alimentada pela esperança. É pra isso que servem os fantasmas.
Esperança de que a pedra seja ainda uma pedra, em algum lugar uma pedra.
Foco agora é a areia. Sem memória da pedra.
Do nada ao pó.
Do pó a ilusão, a esperança.
domingo, 15 de agosto de 2010
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
segunda-feira, 5 de julho de 2010
...
O tempo é irrelevante.
Para frente ou para trás, tudo faz parte de um mesmo plano. Vida. Aproveite enquanto há.
O tempo é irrelevante.
Para frente ou para trás, as ações são o que conta. A contagem do movimento. O tempo é irrelevante.
Viver ou morrer. No fundo, o que importa? Tudo faz parte de um.
Para frente ou para trás, tudo faz parte de um mesmo plano. Vida. Aproveite enquanto há.
O tempo é irrelevante.
Para frente ou para trás, as ações são o que conta. A contagem do movimento. O tempo é irrelevante.
Viver ou morrer. No fundo, o que importa? Tudo faz parte de um.
sábado, 12 de junho de 2010
sempre continua...
Jogou uns trapos nas costas e foi. Percorreu parte do caminho na boleia de um caminhoneiro caridoso. Rodava pela estrada arborizada e observava as prostitutas se oferecendo por quase nada. Sentiu um pouco de nojo, mais pelas figuras bisonhas semi-nuas se mostrando do que pela situação. Aquela altura Giusepe não sentia pena de ninguém além dele mesmo.
Agradeceu ao caminhoneiro e desceu próximo a uma praia, e logo para lá se dirigiu. Sentiu a brisa do mar como nunca sentira antes. Sentiu seu cheiro molhado e pensou nos tempos de juventude. Lembrou-se de quanto tempo perdera sentado na areia de uma praia fumando baseados e mais baseados, quando não fungava um papelote de cocaína trazida por parceiros deste crime.
O vento ficou mais forte e foi procurar um hotel qualquer para horizontalizar o esqueleto. Estava completamente perdido e cançado. Perdido não geograficamente falando, mas de suas intenções. Pensou que uma noite de sono subsidiada por uns bons copos de cachaça ou wisky iriam ajudá-lo a recuperar o sentido. Doce ilusão.
Agradeceu ao caminhoneiro e desceu próximo a uma praia, e logo para lá se dirigiu. Sentiu a brisa do mar como nunca sentira antes. Sentiu seu cheiro molhado e pensou nos tempos de juventude. Lembrou-se de quanto tempo perdera sentado na areia de uma praia fumando baseados e mais baseados, quando não fungava um papelote de cocaína trazida por parceiros deste crime.
O vento ficou mais forte e foi procurar um hotel qualquer para horizontalizar o esqueleto. Estava completamente perdido e cançado. Perdido não geograficamente falando, mas de suas intenções. Pensou que uma noite de sono subsidiada por uns bons copos de cachaça ou wisky iriam ajudá-lo a recuperar o sentido. Doce ilusão.
domingo, 23 de maio de 2010
FORA DE CONTROLE
Não Pense que está no controle, porque não está. Pelo menos a maior parte do tempo. Há muitos que acham que controlam suas vidas e acham que estão jogando xadrez. Só que esquecem de combinar com os outros jogadores. O movimento de todos é imprevisível, até porque há inúmeras variáveis que nos afetam. Variáveis as quais não controlamos e nem sabemos que existem. Até acontecerem. Há variáveis que nem imaginamos que existem. E quando acontecem, mudam tudo. É difícil viver sem planejar, eu sei. Eu também planejo, mas não me engesso. Há sempre a chance de tudo mudar, de uma forma não prevista e de uma maneira impensável.
É bom a gente se tocar disso e aproveitar o que tem no momento. Penso que o legal é justamente isso: não saber exatamente qual o próximo passo, nem o que de fato acontecerá. A expectativa da surpresa pode ser boa, a própria surpresa não. Mas isso acontece.
É bom a gente se tocar disso e aproveitar o que tem no momento. Penso que o legal é justamente isso: não saber exatamente qual o próximo passo, nem o que de fato acontecerá. A expectativa da surpresa pode ser boa, a própria surpresa não. Mas isso acontece.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
sempre continua...
Ele estava lá...sentado naquele banco sujo da praça, pensando no que perdera. Pensando se tinha feito o certo, mas que diabo, como saber a essa altura. A sensação de abandono fulminava seu peito. Seu pai não teria feito isso, ele sabia. Esse saber batia forte na sua mente, arrebatando qualquer conquista sua.
Tudo o que conseguia pensar era que nada daquilo tinha valor. Nada do que conquistou naquela terra próspera se comparava ao que teve na infância. A casa cheia, alegria, momentos juntos que não eram mais possíveis. Mas tudo bem, um dia formaria sua família e encheria a casa novamente. Às vezes achava que aquelas lembranças eram só um filme que tinha dirigido.
Agora seu pai não mais estava lá. Pela primeira vez em 4o anos, seu pai não mais pertencia aquele mundo. A vida ficou cinza. As lágrimas, apesar da dor, não escorriam e isso o preocupava. Não podia mais contar com seu velho pra nada, nem conselho, dinheiro, abrigo, briga e alento. Pela primeira vez sentia de verdade a crueldade de Deus. A dureza da vida, como seu pai lhe dizia. A vida, agora, é pra valer.
Sentia que aquele sentimento fúnebre iria acompanhá-lo pra sempre. Como se não soubesse a riqueza que tinha nas mãos até perdê-la. Perdeu seu pai, mas sentia que tinha perdido a família inteira. A casa, como era antes, cheia de vida, brigas, cores, nunca mais seria a mesma. Então de certo modo, realmente perdeu a família como ela era.
Juntou os cacos internos e decidiu que ia levantar, mas uma dor lancinante invadiu seu peito e achou que fosse também sua hora. Por um segundo se sentiu emocionado, pois achou que fosse encontrar seu pai. Mas no segundo seguinte se lembrou o quão ruim fora, e pensou que iria a outro lugar, longe dos homens bons quando morrem. Desmaiou.
Acordou no hospital todo entubado, e amaldiçoou sua vida. Não queria estar ali, mais dor pela frente. Já era noite e a enfermeira de plantão veio trocar só o soro. Disse que o médico já vinha e ele imaginou que o doutor estivesse comendo alguma enfermeira gostosa no seu...vestiário, camarim, seja lá o que for.
Tinha que sair dali porque seu patrão não lhe poupará o que dele sobrar, caso demore. A vida tava ruim. Desejou de volta o útero de sua amada mãe, o feminino de amor.
No dia seguinte fez uma série de exames e foi liberado. O doutro comilão indicou exercício, pouca gordura e toda aquela penca de alimento sem gosto. Que bosta! Mas tudo bem, já era hora, há tempos vinha maltratando o pobre de seu corpo. Como um milagre, seu patrão o liberou por um tempo, para que se recuperasse da perda do pai e um pouco de sua saúde. Tá vendo, os idiotas também amam.
Gianini Giusepe resolveu que poria a mochila nas costas e andaria pelo mundo, quer dizer, pelo país, também nem tanto, pelo estado. A grana tá curta, não dá pra ir muito longe. Esse papo de encontrar seu eu, essas coisas. O pior é se o eu está fora de alcance, o eu não precisa de grana, ele é livre, não tem obstáculos, ele é invisível. De todo modo, ele saiu.
Tudo o que conseguia pensar era que nada daquilo tinha valor. Nada do que conquistou naquela terra próspera se comparava ao que teve na infância. A casa cheia, alegria, momentos juntos que não eram mais possíveis. Mas tudo bem, um dia formaria sua família e encheria a casa novamente. Às vezes achava que aquelas lembranças eram só um filme que tinha dirigido.
Agora seu pai não mais estava lá. Pela primeira vez em 4o anos, seu pai não mais pertencia aquele mundo. A vida ficou cinza. As lágrimas, apesar da dor, não escorriam e isso o preocupava. Não podia mais contar com seu velho pra nada, nem conselho, dinheiro, abrigo, briga e alento. Pela primeira vez sentia de verdade a crueldade de Deus. A dureza da vida, como seu pai lhe dizia. A vida, agora, é pra valer.
Sentia que aquele sentimento fúnebre iria acompanhá-lo pra sempre. Como se não soubesse a riqueza que tinha nas mãos até perdê-la. Perdeu seu pai, mas sentia que tinha perdido a família inteira. A casa, como era antes, cheia de vida, brigas, cores, nunca mais seria a mesma. Então de certo modo, realmente perdeu a família como ela era.
Juntou os cacos internos e decidiu que ia levantar, mas uma dor lancinante invadiu seu peito e achou que fosse também sua hora. Por um segundo se sentiu emocionado, pois achou que fosse encontrar seu pai. Mas no segundo seguinte se lembrou o quão ruim fora, e pensou que iria a outro lugar, longe dos homens bons quando morrem. Desmaiou.
Acordou no hospital todo entubado, e amaldiçoou sua vida. Não queria estar ali, mais dor pela frente. Já era noite e a enfermeira de plantão veio trocar só o soro. Disse que o médico já vinha e ele imaginou que o doutor estivesse comendo alguma enfermeira gostosa no seu...vestiário, camarim, seja lá o que for.
Tinha que sair dali porque seu patrão não lhe poupará o que dele sobrar, caso demore. A vida tava ruim. Desejou de volta o útero de sua amada mãe, o feminino de amor.
No dia seguinte fez uma série de exames e foi liberado. O doutro comilão indicou exercício, pouca gordura e toda aquela penca de alimento sem gosto. Que bosta! Mas tudo bem, já era hora, há tempos vinha maltratando o pobre de seu corpo. Como um milagre, seu patrão o liberou por um tempo, para que se recuperasse da perda do pai e um pouco de sua saúde. Tá vendo, os idiotas também amam.
Gianini Giusepe resolveu que poria a mochila nas costas e andaria pelo mundo, quer dizer, pelo país, também nem tanto, pelo estado. A grana tá curta, não dá pra ir muito longe. Esse papo de encontrar seu eu, essas coisas. O pior é se o eu está fora de alcance, o eu não precisa de grana, ele é livre, não tem obstáculos, ele é invisível. De todo modo, ele saiu.
quarta-feira, 7 de abril de 2010
SÃO PAULO
São Paulo te desafia. Não é cidade para fracos. Aqui a vida pode ser mais dura do que dizem os que pensam que sabem.
São Paulo se impõe sem perdão ou meias palavras, não há espaço para o 'deixa disso'. Ou é ou não. Ela te atropela, te deixa perdido. Te sufoca.
São Paulo não é para os saudosos demais, é para o desapêgo. Aqui se deixa e se vai, sem piscar, sem olhar pra trás.
São Paulo te desafia. Não é cidade para quem teme cidades. Se São Paulo sentir seu medo, de pronto te engole. Aqui se deve marcar posição. Se posicione e guanhe o respeito da cidade.
São Paulo respeita os fortes e lhes agradece se abrindo toda. São Paulo se mostra aos merecedores, dá-lhes o que tem de melhor, o que tem escondido para os vencedores. Há recompensas para os que conquistam essa cidade.
São Paulo se impõe sem perdão ou meias palavras, não há espaço para o 'deixa disso'. Ou é ou não. Ela te atropela, te deixa perdido. Te sufoca.
São Paulo não é para os saudosos demais, é para o desapêgo. Aqui se deixa e se vai, sem piscar, sem olhar pra trás.
São Paulo te desafia. Não é cidade para quem teme cidades. Se São Paulo sentir seu medo, de pronto te engole. Aqui se deve marcar posição. Se posicione e guanhe o respeito da cidade.
São Paulo respeita os fortes e lhes agradece se abrindo toda. São Paulo se mostra aos merecedores, dá-lhes o que tem de melhor, o que tem escondido para os vencedores. Há recompensas para os que conquistam essa cidade.
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Tempo, um segundo e já era.
Aqui, de frente pra essa janela transparente, mirando as luzes da cidade lá em baixo.
Gostaria de ter levado mais café para ele, gostaria que ele tivesse me pedido, na verdade. Os que levei, deveriam ter sido cafeinados. Levaria quantos fossem necessários. Mas o orgulho o distanciava.
Preste atenção na luz, ela revela e esconde. A luz distancia e aproxima. Depende.
A luz de meu pai se apagou, mas sua obra ficou. Bem sucedido.
A despeito do que diziam, ele me amava. De seu jeito, mas me amava. Uma foto, uma lembrança, uma foto que todos veem. No entanto, poucos sabem o significado. choro muito ao vê-la.
Nesse momento, sua prancheta é nosso elo. Presente e passado se unem.
Eu e ela. Esperamos dois anos para falar sobre isso. Um restaurante, uma cortesia. Não apareci, ela chorou.
Eu morri em um segundo, o que seria dito...foi-se ao pó.
Não deveria ter sido assim.
Gostaria de ter levado mais café para ele, gostaria que ele tivesse me pedido, na verdade. Os que levei, deveriam ter sido cafeinados. Levaria quantos fossem necessários. Mas o orgulho o distanciava.
Preste atenção na luz, ela revela e esconde. A luz distancia e aproxima. Depende.
A luz de meu pai se apagou, mas sua obra ficou. Bem sucedido.
A despeito do que diziam, ele me amava. De seu jeito, mas me amava. Uma foto, uma lembrança, uma foto que todos veem. No entanto, poucos sabem o significado. choro muito ao vê-la.
Nesse momento, sua prancheta é nosso elo. Presente e passado se unem.
Eu e ela. Esperamos dois anos para falar sobre isso. Um restaurante, uma cortesia. Não apareci, ela chorou.
Eu morri em um segundo, o que seria dito...foi-se ao pó.
Não deveria ter sido assim.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
...disse Albert, o Einstein:
- A religião do futuro será cósmica e transcenderá um deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia. Abrangendo os terrenos material e espiritual, essa religião será baseada num certo sentido religioso procedente da experiência de todas as coisas, naturais e espirituais, como uma unidade expressiva ou como a expressão da Unidade.
Estaria ele antecipando o estudo mais aprofundado da, em voga, Ciência Noética?
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