sábado, 12 de junho de 2010

sempre continua...

Jogou uns trapos nas costas e foi. Percorreu parte do caminho na boleia de um caminhoneiro caridoso. Rodava pela estrada arborizada e observava as prostitutas se oferecendo por quase nada. Sentiu um pouco de nojo, mais pelas figuras bisonhas semi-nuas se mostrando do que pela situação. Aquela altura Giusepe não sentia pena de ninguém além dele mesmo.

Agradeceu ao caminhoneiro e desceu próximo a uma praia, e logo para lá se dirigiu. Sentiu a brisa do mar como nunca sentira antes. Sentiu seu cheiro molhado e pensou nos tempos de juventude. Lembrou-se de quanto tempo perdera sentado na areia de uma praia fumando baseados e mais baseados, quando não fungava um papelote de cocaína trazida por parceiros deste crime.

O vento ficou mais forte e foi procurar um hotel qualquer para horizontalizar o esqueleto. Estava completamente perdido e cançado. Perdido não geograficamente falando, mas de suas intenções. Pensou que uma noite de sono subsidiada por uns bons copos de cachaça ou wisky iriam ajudá-lo a recuperar o sentido. Doce ilusão.